Strange time

Strange time

Nos últimos dias, senti uma vontade intensa de falar menos, como se algo dentro de mim estivesse se fechando. O desânimo tomou conta, e a comunicação, que antes fluía, agora parecia uma tarefa dolorosa. Já se sentiram assim? Quando até mesmo o ato de falar parece um fardo pesado demais? As forças me faltavam, e a pilha de responsabilidades se acumulava sobre minha mesa, intransponível. O mais perturbador era que, apesar de todo o cansaço, eu não conseguia descansar. As noites eram assombradas, não apenas por pensamentos obscuros, mas pelos compromissos e deveres que me perseguiam até no silêncio da escuridão.

Em meio àqueles pensamentos, revisitei cada aspecto da minha vida, e uma onda de insatisfação tomou conta do meu peito. Lembro-me das palavras da minha mãe: "Você deve ser grato." Mas como agradecer a presença avassaladora de um vazio tão imenso dentro de mim? Talvez eu esteja deprimido, ou talvez não. Talvez eu esteja, agora, lidando com isso de verdade.

Minha mãe, sempre tão paciente, se torna uma vítima involuntária da minha incapacidade de me controlar. Será que sou um filho ingrato? Ou será que estou apenas exausto? Exausto demais para transformar essa inércia. Talvez o que eu precise, no fundo, seja ajuda.

Minha paciência esgotou-se, e cada vez mais sinto um impulso antissocial. Quero me isolar, ter o mínimo de contato possível. Será frustração? A cada tentativa de encontrar respostas, as perguntas mudam. E minha batalha incessante contra o tempo continua.

Até logo.