Entre Espelhos, Comunidade e Liberdade: Minha Jornada como Distribuidor Linux

Sou, antes de tudo, um entusiasta. Sempre fui fascinado por sistemas operacionais unix-based — especialmente o Linux e seu universo quase infinito de distribuições. Cada distro carrega uma filosofia, um propósito, um jeito próprio de existir. Seus kernels, suas construções engenhosas e, às vezes, quase poéticas, sempre me encantaram.

Com o tempo, essa paixão deixou de ser apenas contemplativa. Criei e mantenho um servidor de distribuições Linux — mas não qualquer um. As distros que abrigo ali não são fruto do acaso; foram escolhidas a dedo, por critérios técnicos, ideológicos e, claro, por afinidade com a comunidade.

Há cerca de cinco meses, iniciei uma conversa com a Linux Foundation para tornar minha empresa uma distribuidora oficial no Brasil. O que eu não esperava era a surpresa do outro lado: eles já me conheciam. Não por currículo, mas pelos fóruns, pelos milhares de suportes prestados à comunidade, pelo incentivo constante para que pessoas migrassem de soluções proprietárias para alternativas livres.

A resposta do diretor Clement foi direta e memorável:
“Sim, Pablo, você pode distribuir Linux no Brasil.”

A partir daí, veio a parte invisível, porém crucial: a preparação do servidor. Tudo foi montado com extremo cuidado para permitir a sincronização perfeita entre nossos servidores no Brasil e os servidores oficiais — um processo conhecido como mirror. Estrutura pronta, testes concluídos, enviei os e-mails avisando que o mirror estava no ar. Silêncio.

Até que, nesta semana, finalmente veio a confirmação: o mirror que mantenho agora está oficialmente disponível para todos os usuários.

É impossível não sentir orgulho. Ver minha empresa — que também é uma instituição de ensino — lado a lado com algumas das maiores universidades do mundo, contribuindo para o ecossistema Linux, é a prova de que comunidade, conhecimento e software livre realmente constroem pontes gigantes.